“Vejam como é grande o amor
que o Pai nos concedeu: que fossemos chamados filhos de Deus, o que de fato
somos! Por isto o mundo não nos conhece, porque não O conheceu.”
1 Jo 3:1
Por
volta dos anos 60 e 70 tiveram início alguns “movimentos sociais” que começaram a redefinir a vida como era
conhecida até então.
É
inegável que destes movimentos vieram alguns benefícios, mas eles trouxeram
também consequências extremamente
negativas.
Um
dos principais problemas gerados foi o fato de que muitos homens foram aos poucos perdendo a
noção real do seu papel de pais no desenvolvimento dos filhos. Foram se preocupando
mais em ser “amigos próximos” dos filhos e desta forma
acabaram abrindo mão de sua autoridade paterna.
Pra
termos uma ideia do tamanho do estrago, hoje consideramos “abençoada” aquela pessoa que teve o “privilégio” de ter um bom pai, um pai presente, um pai que educou,
corrigiu, disciplinou quando necessário, e por aí vai.
E esta distorção do
papel dos pais torna difícil pra muitos filhos hoje em dia compreender e ver o
nosso Deus como o Pai que Ele é!
Louvo
a Deus porque eu tive o privilégio de ser uma destas pessoas.
E
graças ao pai que o Senhor colocou na minha vida, hoje eu consigo compreender a
forma que o meu Deus, como Pai que é,
age no dia a dia! (estas referências
dizem respeito à faixa etária em que a criança está em desenvolvimento)
- Educar é dizer “não”
Não
tenho como contar quantas vezes o meu pai me disse um “não”! Mas com toda
certeza foram muito mais vezes do que ele me disse “sim”.
Hoje
entendo que o fato não era de o meu pai “não querer” me dar algo ou
deixar fazer o que eu queria. Mas a
questão é que; eu pensava no que eu
queria e o que me satisfaria naquele momento, enquanto o meu pai pensava no meu
bem a curto, médio e longo prazo! A visão dele era muito maior que a minha.
E
todas as vezes em que ele me disse “sim”,
os resultados foram positivos. Ou seja, ele
sabia que aquilo seria para o meu bem.
- Corrigir
O
ato de corrigir consiste em perceber o erro e apontar para o certo.
Este
é também o papel do pai na vida do filho. O pai que vê o filho cometer erros e
não fala nem faz nada, está plantando uma semente perigosíssima na vida desta
criança.
- Disciplinar
O
ato de disciplinar é o que vem quando a correção por si mesma não resolve.
Muitas
vezes fiquei “de castigo” (dias sem poder
brincar na rua), outras vezes algo que eu gostava me foi tirado (vídeo-game, bicicleta), e em alguns momentos
extremos, quando necessário, levei sim umas “bifas” (rsrsrs),
mas apenas quando foi realmente necessário.
Pais,
muitos jovens e adolescentes de hoje vivem “sem
rumo”, não tem firmeza de caráter, não sabem perseguir seus objetivos e o principal motivo
disto foi a atitude de pais que não cobraram, não castigaram e não deram aos
seus filhos uma amostra de como o mundo lá fora funciona.
Já
fiquei de castigo por tirar nota baixa na escola. Aquilo me ensinou que eu
precisava me esforçar mais, e consequentemente, a próxima nota sempre
melhorava.
Já
fui castigado por não fazer minhas “tarefas”
em casa. Sim; eu tinha tarefas e responsabilidades em casa desde pequeno.
- Amar
Todas
estas situações que ilustrei acima, hoje eu percebo que foram claras
demonstrações de amor do meu pai por mim!
Mas
não apenas isto; lembro-me de muitas risadas, brincadeiras, meu pai pegando o
violão e levando pra cozinha, onde minha mãe preparava a refeição e ali nós,
como família cantávamos, quase sempre louvores ao Senhor, algumas vezes algumas
músicas só de zoeira mesmo. Mas era na prática aquilo que hoje conhecemos como “tempo de qualidade” em família.
Muito melhor do que qualquer vídeo-game de última geração. E olha
que na época eu tinha um Atari com mais ou menos uns 50 jogos, mas até nisto meu pai foi zeloso; eu
tinha horário definido pra poder jogar durante o dia. À noite era o nosso tempo
em família.
Deus Pai
Infelizmente
os crentes de hoje não tem sido ensinados a ver nosso Deus como o Pai que
ele realmente é.
Isto
gera em muitos o que eu chamo de “fé circunstancial”; ou
seja: “o
Senhor tem sido bom, me abençoado e feito milagres em minha vida, e por isto eu
continuarei a serví-lo!”
Mas me surge a pergunta; “e quando Deus
te disser um ‘NÃO’?”
Temos sido tão mimados
em nossa forma de crer,
que queremos sim enxergar o Senhor como um PAI DE AMOR,
e isto em si é ótimo, pois Ele realmente o é! Porém, queremos enfatizar tanto o “de amor” que acabamos ignorando a parte do “PAI”!
E
como Pai que Ele é, o Senhor nos educa, algumas vezes dizendo “não”, nos
corrige, nos disciplina, mas acima de
tudo Ele NOS AMA!
Aceitar o “não” de Deus
Este
é um assunto complexo, pois muitos têm ensinado que “se orarmos com fé” o Senhor atenderá a tudo que pedirmos!
Não
é isto que a Palavra ensina! A bíblia diz que muitas vezes pedimos e não
recebemos porque “pedimos mal” (Tg
4:1,2)
NÃO EXISTE uma forma de sempre ouvirmos “sim”
de Deus!
O
rei Davi ouviu “não” de Deus, o
apóstolo Paulo também, o próprio Jesus no Getsêmani teve que aceitar o “silêncio do Pai” deixando assim claro
que o Pai não iria “passar Dele aquele
cálice”!
Precisamos
corrigir este nosso pensamento que interfere na nossa comunicação com o Pai.
Estamos
acostumados a falar, falar, pedir, pedir, clamar, clamar, mas não temos desenvolvido o hábito de
OUVIR a resposta do Senhor!
E
pior ainda; muitas vezes a resposta
Dele é clara, mas como não é a que queremos ouvir, ficamos tentando
ignorar e achando que “o Senhor
silenciou-se”!
Queridos, nosso Deus é
pai! Que possamos
aprender a ser e nos portar como filhos; obedecendo a Ele, aceitando sua
autoridade sobre nossas vidas e buscando entender e nos submeter à sua correção
e disciplina quando estas acontecerem.
Mas acima de tudo, nunca esqueçamos do quanto Ele nos ama!