Creio
que o título acima é adequado, mas poderia ser diferente, como por exemplo: “Quando
‘o quê’ Deus dá se torna mais importante que o próprio Deus” ou “Quando
valorizamos mais ‘a bênção’ do que o Deus que abençoa”, e por aí vai.
Acho que já ficou clara a ideia...
Pra refletirmos sobre
isto, deixe-me sugerir algumas “parábolas”:
1 - Havia um menino que pedia a seu pai um vídeo game de última
geração.
Este menino não apenas pedia, mas fazia de tudo pra agradar seu pai
e assim se mostrar “merecedor” do tão desejado vídeo game.
E não apenas suas tarefas, mas procurava passar tempo com seu pai,
sair juntos, rir, conversar, ou seja, havia um relacionamento profundo e
crescente entre os dois.
Um dia o pai decide que chegou o momento de atender ao pedido de
seu filho e o presenteia com o vídeo game!
O filho então fica extremamente grato e vai se divertir com seu
presente; porém, aqueles jogos são extremamente envolventes e longos, e acabam
consumindo assim horas e horas do tempo deste filho.
Este começa a “relaxar” em seus afazeres pra poder jogar mais e
consequentemente não tem mais tempo pra passar com o pai. E nos poucos momentos
juntos, este filho só pensa em uma coisa; “preciso passar aquela fase...”
2 - Depois dos árduos
anos de esforço e estudo, um jovem rapaz está prestes a começar sua jornada na
universidade.
Seus pais, com muito esforço pagam várias inscrições em vestibulares, e este rapaz é aprovado.
Seus pais, com muito esforço pagam várias inscrições em vestibulares, e este rapaz é aprovado.
Vem então o investimento
em material, transporte e mensalidades pra que este rapaz tenha todas as condições
de sair-se bem neste curso.
Porém, este rapaz começa
a ver este curso como o centro de sua vida e não tem mais tempo pra sua
família. Só pensa em estudar.
Neste processo, ele esquece
todo o empenho e sacrifício dos pais e passa a ve-los como meros “provedores”,
como se fazer aquele curso fosse um favor a eles...
Estas
foram apenas duas pequenas histórias, mas
quantas outras temos visto hoje em dia?
Quantas
vezes oramos e clamamos ao Pai, Ele nos abençoa, e é justamente esta “bênção” que usamos como
motivo pra nos afastarmos Dele ou servirmos menos a Ele?
Já
ouvimos histórias de quem orava pedindo
um carro pra facilitar seu transporte e servir mais e melhor ao Senhor, depois que tem
o carro, “aproveita” os fins de semana pra viajar com a família e se torna
cada vez mais ausente no Serviço ao Senhor.
Outros
oram pedindo que o Senhor lhes dê filhos,
quando nasce já o primeiro, param de servir em ministérios e em alguns casos ficam
meses sem aparecer em um culto.
Este
tipo de situação me leva a refletir; “Será que Deus ‘errou’
em dar determinadas bênçãos a determinadas pessoas?”
Com
certeza não! O Senhor
é soberano sobre todas as coisas e têm prazer em abençoar e cuidar de Seus
filhos!
O problema
está em nós, que
focamos tanto nas bênçãos que Deus dá e as supervalorizamos, quando a própria presença de Deus deveria ser o nosso objetivo
maior!
Não estou dizendo aqui
que devemos menosprezar família, filhos, estudos, trabalho e até mesmo o nossos
momentos de lazer!
Todas estas coisas tem sua importância em nossa vida!
Mas
lembremos das palavras de Jesus em Mateus 6:33 – “Buscais pois EM PRIMEIRO LUGAR o Reino de Deus e à Sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”
O
Rei
Davi nos dá um bom exemplo do que é realmente importante!
Quando
Ele pecou e foi repreendido pelo profeta Natã (2 Sm 12), na mesma hora Ele
reconheceu o seu pecado e se humilhou na presença do Senhor.
Vemos
isto no Salmo 51. Davi não está preocupado em continuar sendo rei! Não está nem
pensando em manter suas posses ou em não perder as bênçãos!
No
verso
11 ele clama; “Não me lances fora da Tua presença, e nem retires de mim
o Teu Espírito”!
Que
possamos refletir e pensar se realmente temos valorizado a presença do Senhor
desta forma profunda e intensa, tanto que todo o resto fica em segundo plano!
Ou será que temos tido
uma fé circunstancial só porque Deus “tem feito coisas por nós”?
E se perdermos alguma
destas coisas?
E se eu bater meu carro
e der perda total?
E se ei falhar nos
estudos?
E se eu perder meu bom
emprego e tiver que trabalhar em algo que eu não gosto, ganhando um salário
menor?
E se eu perder um filho?
É claro
que não desejamos que nada disto aconteça! De forma nenhuma!
Mas que nunca esqueçamos que NADA DISSO pode servir de BASE pro
nosso relacionamento com o Pai!
São bênçãos que Ele nos deu e nunca O MOTIVO de nossa existência!
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