terça-feira, 29 de abril de 2014

PAI

“Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: que fossemos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isto o mundo não nos conhece, porque não O conheceu.”
1 Jo 3:1

Por volta dos anos 60 e 70 tiveram início alguns “movimentos sociais” que começaram a redefinir a vida como era conhecida até então.
É inegável que destes movimentos vieram alguns benefícios, mas eles trouxeram também consequências extremamente negativas.
Um dos principais problemas gerados foi o fato de que muitos homens foram aos poucos perdendo a noção real do seu papel de pais no desenvolvimento dos filhos. Foram se preocupando mais em ser “amigos próximos” dos filhos e desta forma acabaram abrindo mão de sua autoridade paterna.

Pra termos uma ideia do tamanho do estrago, hoje consideramos “abençoada” aquela pessoa que teve o “privilégio” de ter um bom pai, um pai presente, um pai que educou, corrigiu, disciplinou quando necessário, e por aí vai.
E esta distorção do papel dos pais torna difícil pra muitos filhos hoje em dia compreender e ver o nosso Deus como o Pai que Ele é!

Louvo a Deus porque eu tive o privilégio de ser uma destas pessoas.
E graças ao pai que o Senhor colocou na minha vida, hoje eu consigo compreender a forma que o meu Deus, como Pai que é, age no dia a dia! (estas referências dizem respeito à faixa etária em que a criança está em desenvolvimento)

- Educar é dizer “não”
Não tenho como contar quantas vezes o meu pai me disse um “não”! Mas com toda certeza foram muito mais vezes do que ele me disse “sim”.
Hoje entendo que o fato não era de o meu pai “não querer” me dar algo ou deixar fazer o que eu queria. Mas a questão é que; eu pensava no que eu queria e o que me satisfaria naquele momento, enquanto o meu pai pensava no meu bem a curto, médio e longo prazo! A visão dele era muito maior que a minha.
E todas as vezes em que ele me disse “sim”, os resultados foram positivos. Ou seja, ele sabia que aquilo seria para o meu bem.

- Corrigir
O ato de corrigir consiste em perceber o erro e apontar para o certo.
Este é também o papel do pai na vida do filho. O pai que vê o filho cometer erros e não fala nem faz nada, está plantando uma semente perigosíssima na vida desta criança.

- Disciplinar
O ato de disciplinar é o que vem quando a correção por si mesma não resolve.
Muitas vezes fiquei “de castigo” (dias sem poder brincar na rua), outras vezes algo que eu gostava me foi tirado (vídeo-game, bicicleta), e em alguns momentos extremos, quando necessário, levei sim umas “bifas” (rsrsrs), mas apenas quando foi realmente necessário.
Pais, muitos jovens e adolescentes de hoje vivem “sem rumo”, não tem firmeza de caráter, não sabem perseguir seus objetivos e o principal motivo disto foi a atitude de pais que não cobraram, não castigaram e não deram aos seus filhos uma amostra de como o mundo lá fora funciona.
Já fiquei de castigo por tirar nota baixa na escola. Aquilo me ensinou que eu precisava me esforçar mais, e consequentemente, a próxima nota sempre melhorava.
Já fui castigado por não fazer minhas “tarefas” em casa. Sim; eu tinha tarefas e responsabilidades em casa desde pequeno.

- Amar
Todas estas situações que ilustrei acima, hoje eu percebo que foram claras demonstrações de amor do meu pai por mim!
Mas não apenas isto; lembro-me de muitas risadas, brincadeiras, meu pai pegando o violão e levando pra cozinha, onde minha mãe preparava a refeição e ali nós, como família cantávamos, quase sempre louvores ao Senhor, algumas vezes algumas músicas só de zoeira mesmo. Mas era na prática aquilo que hoje conhecemos como “tempo de qualidade” em família.
Muito melhor do que qualquer vídeo-game de última geração. E olha que na época eu tinha um Atari com mais ou menos uns 50 jogos, mas até nisto meu pai foi zeloso; eu tinha horário definido pra poder jogar durante o dia. À noite era o nosso tempo em família.

Deus Pai
Infelizmente os crentes de hoje não tem sido ensinados a ver nosso Deus como o Pai que ele realmente é.
Isto gera em muitos o que eu chamo de “fé circunstancial”; ou seja: “o Senhor tem sido bom, me abençoado e feito milagres em minha vida, e por isto eu continuarei a serví-lo!”
Mas me surge a pergunta; “e quando Deus te disser um ‘NÃO’?”

Temos sido tão mimados em nossa forma de crer, que queremos sim enxergar o Senhor como um PAI DE AMOR, e isto em si é ótimo, pois Ele realmente o é! Porém, queremos enfatizar tanto o “de amor” que acabamos ignorando a parte do “PAI”!
E como Pai que Ele é, o Senhor nos educa, algumas vezes dizendo “não”, nos corrige, nos disciplina, mas acima de tudo Ele NOS AMA!

Aceitar o “não” de Deus
Este é um assunto complexo, pois muitos têm ensinado que “se orarmos com fé” o Senhor atenderá a tudo que pedirmos!
Não é isto que a Palavra ensina! A bíblia diz que muitas vezes pedimos e não recebemos porque “pedimos mal” (Tg 4:1,2)

NÃO EXISTE uma forma de sempre ouvirmos “sim” de Deus!
O rei Davi ouviu “não” de Deus, o apóstolo Paulo também, o próprio Jesus no Getsêmani teve que aceitar o “silêncio do Pai” deixando assim claro que o Pai não iria “passar Dele aquele cálice”!
Precisamos corrigir este nosso pensamento que interfere na nossa comunicação com o Pai.
Estamos acostumados a falar, falar, pedir, pedir, clamar, clamar, mas não temos desenvolvido o hábito de OUVIR a resposta do Senhor!
E pior ainda; muitas vezes a resposta Dele é clara, mas como não é a que queremos ouvir, ficamos tentando ignorar e achando que “o Senhor silenciou-se”!

Queridos, nosso Deus é pai! Que possamos aprender a ser e nos portar como filhos; obedecendo a Ele, aceitando sua autoridade sobre nossas vidas e buscando entender e nos submeter à sua correção e disciplina quando estas acontecerem.

Mas acima de tudo, nunca esqueçamos do quanto Ele nos ama!

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