quinta-feira, 27 de agosto de 2015

FRUTO e não semente - Parte 3

Continuação do texto publicado no dia 11/08/2015

Dando sequência ao texto anterior, estamos vendo um pouco sobre o louvor através da Palavra.
Estamos observando algumas características “atribuídas” ao que são mais “crenças populares” do que orientações e ensinamentos bíblicos, e começamos o texto já desvinculando o Louvor da música! Vimos que a música é uma forma de louvor e não a sua essência!
Vamos seguir falando sobre isto

O louvor nos aproxima de Deus?
A bíblia nos mostra o contrário; homens que viviam “perto” do Senhor, que andavam em Sua presença, tinham a capacidade de louvar ao Senhor em qualquer circunstância!

Um exemplo que podemos ver disto é o Rei Davi!
Ele já louvava ao Senhor com sua harpa muito antes de ser rei (1 Sm 16:18)
Louvava ao Senhor nas vitórias (Sl 9).

E também louvava em tempos de dificuldade! Vários salmos de Davi foram escritos quando ele fugia do Rei Saul (Sl 34), que o perseguia injustamente e também quando era perseguido por Absalão (Sl 3), seu filho que queria tomar o reino!

Então, como vimos no exemplo de Paulo e Silas e também de Davi e poderíamos citar tantos outros exemplos na bíblia, estes homens não louvavam pra “sentir-se mais próximos” de Deus; eles louvavam porque SABIAM QUE O SENHOR ESTAVA COM ELES! (Sl 23:4)


- O louvor gera na igreja...?
Este é um ponto em que o meio evangélico tem se distanciado cada vez mais da verdade bíblica!
Vemos hoje “mega igrejas” ou “mega ministérios” que tem como seu “carro-chefe” o ministério de música/louvor!

E na maioria das vezes estes “ministérios” são extremamente rasos no estudo da Palavra, tornam-se “relativistas” e acabam por permitir que valores do mundo, contrários à Palavra entrem, tudo para que consigam “manter suas estruturas”!

O pr. Paul Washer diz: “Se você usa meios carnais pra atrair pessoas à igreja, vai atrair pessoas carnais! Consequentemente terá que usar meios ainda mais carnais pra mantê-las na igreja!”

Leiamos o texto de Hb 13:15

“Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos sempre a Deus um sacrifício de louvor, que é FRUTO de lábios que confessam o Seu nome!”

De acordo com a Palavra vemos que o louvor em si, não pode gerar nada!
Ele não é semente, é fruto!
Não é causa, é consequência!
Não é processo, é resultado!

Conclusão:
Que nós, como igreja, possamos oferecer ao Senhor um louvor a cada dia mais bíblico!

Entendendo que, SE O SENHOR QUISER, Ele pode utilizar o nosso louvor como ferramenta pra realizar a obra que Ele desejar, mas que a intenção do nosso louvor seja somente uma: Exaltar e engrandecer ao Senhor independente das circunstâncias ou de qualquer possível “resultado ou retorno” que possamos receber!

Louvar ao Senhor é o resultado da nossa vida com Ele!
É o fruto da nossa obediência e busca diária pela Sua presença!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

FRUTO e não “semente” - Parte 2

Continuação do texto publicado no dia 06/08/2015

Na postagem anterior vimos que NADA deve servir como pretexto para que deixemos de servir e louvar ao Senhor, e vimos isto através do exemplo de Paulo e Silas em At 16:16-25, que mesmo tendo muitos motivos e totalmente justos pra chorar, reclamar e lamentar, escolheram cultuar ao Senhor e se colocar em Sua presença em adoração!

Hoje veremos dois aspectos do louvor que tem sido ensinados e compreendidos de forma equivocada em nossos dias, e começaremos questionando algo que talvez algumas pessoas tenham dúvida;

- Louvor é música?
De acordo com vários dicionários da língua portuguesa, não!
Sinônimos encontrados: Exaltação, elogio, homenagem, distinção, honra, enaltecimento, apologia, aprovação, aplauso, lisonja, etc. – Em nenhum dicionário encontrei qualquer associação direta com a música.

De acordo com a bíblia, também não!

Podemos encontrar vários textos na bíblia que desvinculam o louvor da música! Como por exemplo:

Sl 35:28“E assim a minha língua FALARÁ da tua justiça e do teu louvor todo dia.” Falar não é o mesmo que cantar.

Sl 119:171“Os meus lábios PROFERIRAM o teu louvor, quando me ensinaste os teus estatutos.” – Proferir não tem nada a ver com cantar.

Is 34:21“A este povo que formei para mim; o meu louvor RELATARÃO.”Relatar também não tem nenhuma relação direta com cantar.

Entendemos aqui que, a música é uma forma popular de expressar louvor, isto se deve ao fato de que a música tem a capacidade de mexer com nossas emoções! Ela também ativa a nossa memória de uma forma que a palavra falada não consegue!
Podemos ver que no texto de Atos, diz claramente que Paulo e Silas “oravam e cantavam louvores”, mas fiquemos atentos; nem sempre que a bíblia fala em louvor, tem a ver com música!

- O louvor liberta?
Tomando como base o que acontece no verso 26 do texto de At 16, até poderíamos fazer esta afirmação, MAS eu creio que não seria correta!
Vale questionarmos; Paulo e Silas foram libertos simplesmente pelo fato de que estavam cantando?

Não precisamos nem sair do capítulo 16 pra ver um propósito maior naquele terremoto que libertou Paulo e Silas; (a conversão do carcereiro e sua família) e se seguirmos lendo o livro de Atos, veremos muito mais coisas que o Senhor operou através da vida destes dois homens e por isto era importante que eles fossem libertos!

Não! O fato de eles estarem naquele momento louvando não é coincidência, Creio que O Senhor usou aquele momento como testemunho, não somente para aqueles homens que estavam naquela prisão, mas também para nós hoje!
Mas eu pessoalmente, não vejo motivo nenhum pra pensar que o terremoto foi algum tipo de “recompensa” pelo louvor prestado!


De acordo com a bíblia só existe uma coisa que realmente nos liberta: “E conhecereis A VERDADE e A VERDADE vos libertará!” (Jo 8:32)

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

FRUTO e não “semente” - Parte 1

Resumo da mensagem “O que nos impede?” Ministrada no domingo, 26/07/2015
pelo Min. Alexandre Xavier na PIB em Erechim

O texto de Atos 16: 16-25, relata uma passagem que na minha opinião particular é O momento mais belo em que o louvor é citado em toda a história bíblica!
Isto porque vemos ali dois homens que haviam sofrido todas as injustiças possíveis, incluindo agressão física e a privação da sua liberdade, e pela lógica humana, não teriam motivo algum para louvar e adorar ao Senhor!
Porém não é isto que vemos;

Observamos que estes dois homens, mesmo em meio à dor, desconforto e provavelmente o mau-cheiro que eles estavam sentindo por estarem acorrentados pelos pés no “Cárcere interior” (lugar mais profundo, escuro e fedido da prisão), eles decidem, à meia noite, começar um culto de louvor e oração ao Senhor!

Olhando as cartas escritas por Paulo e declarações suas no livro de Atos, podemos ver vários motivos pelos quais isto foi possível àqueles homens, mas vamos citar apenas alguns aqui;

1)   Eles não se deixaram abalar pelas circunstâncias. (Rm. 12.12) “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação e perseverai em oração!”
2)   Sabiam que, fortalecidos pelo Senhor, poderiam suportar qualquer coisa. (Fp 4:13) “Posso todas as coisas...”
3)   A graça do Senhor nos basta! (2 Co 12:7-9) “o espinho na carne”
4)   Eu sei em quem tenho crido! (2 Tm 1:12)
5)   O Ministério do Senhor é mais importante do que eu! (At 20: 22-24) “...de nada faço questão, e nem tenho a minha vida por preciosa...”

Quando olhamos para estas coisas, isto nos renova a esperança e mostra que NADA DEVE SERVIR COMO DESCULPA OU PRETEXTO para deixarmos de louvar, adorar e servir ao Pai!
Ao mesmo tempo, precisamos estar firmados na Palavra pra que não confundamos o que é e qual a função do louvor ao Senhor em nossa vida!

No próximo texto vamos ver algumas “crenças” que existem no meio evangélico a respeito do louvor em forma de música que acabam sendo ainda mais encorajadas pelo “Mercado Gospel” que vemos em nossos dias, mas que quando lemos à Palavra encontramos informações diferentes!


Até a próxima!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

O Livro de receitas

Texto Base: 1 Tm 3:16

Hoje em dia não é mais tão comum, mas há algum tempo atrás era normal especialmente as donas de casa (conhecidas como “do lar”) terem um livro de receitas.
Estes livros eram publicados por algumas editoras, podiam ser também feitos de recortes de revistas femininas que sempre traziam receitas novas, e alguns eram até mesmo escritos a mão com algumas receitas anotadas do rádio ou da tv.
Algo comum e até mesmo lógico, se determinada receita era composta por ingredientes que a cozinheira, seu marido ou alguém da família não gostasse, sempre era possível substituir alguns ingredientes, adaptar a receita ou em alguns casos, optar por não usá-la. Logo esta página poderia ser eliminada ou ignorada no livro!

Temos visto diante de recentes acontecimentos, que muitas pessoas, inclusive muitos que se declaram crentes, cristãos, evangélicos, seguidores de Cristo ou seja qual for o termo usado, tem desenvolvido o hábito de tratar a bíblia desta forma; como um livro de receitas!
Sentem-se livres para escolher os “ingredientes” que lhes agradam e em contrapartida, suprimir, ignorar ou mesmo excluir aquilo com o qual “não concordam”!
O terceiro capítulo da segunda carta de Paulo a Timóteo mostra um claro retrato de uma grande parcela dos “cristãos” que temos visto em nossos dias.
Os versos 4 e 5 dizem que são “...mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela...”
A palavra “piedade” utilizada neste texto é mal entendida e mal usada, pois muitos “cristãos” creem que “simpatizar” com causas “politicamente corretas” (embora pecaminosas) é demonstrar piedade, no sentido de “amor ao próximo”!

A “Piedade” no sentido bíblico, esta que é citada nos versos 5, 12 e 16 do capítulo 3 tem relação com a palavra grega “Theosebeia”, que aponta Deus (Theos) como objeto de devoção!
Olhemos de forma lógica o verso 12 que nos diz; “...todos os que querem viver piedosamente em Cristo sofrerão perseguição!”
Aqueles que “apoiam causas sociais” dificilmente sofrerão alguma perseguição.
Porém temos visto vários exemplos de irmãos nossos sendo torturados, decapitados, fuzilados, queimados e afogados por se recusarem a abandonar a Piedade da forma que Paulo está citando neste capítulo!

Vamos parar de tratar a bíblia como um livro de receitas ou como um “livro de sugestões” e lembremos do que Paulo diz nos versos 16 e 17; “TODA A ESCRITURA é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir e para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra”.

Que o Espírito Santo nos leve a cada dia à decisão de seguir e obedecer à Palavra, mesmo que a maioria não esteja seguindo!
Que possamos viver em Piedade, mesmo sabendo que muitos “líderes” tem demonstrado total impiedade.
Que a minha decisão pessoal seja a de obedecer ao Senhor e me agarrar aos princípios de Sua Palavra, mesmo que eu seja o único!

terça-feira, 27 de maio de 2014

A “maldita” folga...

Há alguns anos atrás começou a surgir na igreja do Senhor uma “cultura” muito ruim, e que até os dias de hoje tem causado problemas e criado uma mentalidade totalmente equivocada nos crentes dos nossos dias.

Eu sou de uma época em que os cristãos tinham verdadeira alegria em servir!

Não estou dizendo que os crentes de hoje o fazem com tristeza, mas quando saí da infância pra adolescência e comecei a entender o que significa “servir” na igreja, vivi uma época em que nós realmente queríamos usar todo o tempo disponível pra servir ao Senhor!

Como sempre fui envolvido no ministério de música, lembro que era algo natural a gente passar a tarde de sábado ensaiando, muitas vezes o sábado à noite ministrando em algum lugar e no domingo, quase sempre o dia inteiro envolvido com as atividades da igreja.

E digo sem medo que tenho muita saudade desta época!

Lembro que, quando me tornei líder de ministério, ainda nesta época, uma das dificuldades que eu tinha era administrar a quantidade de pessoas que tínhamos disponíveis pra servir com os poucos domingos que havia dentro de cada mês. Todos queriam, se pudessem, tocar todo domingo e já vi casos de alguns que ficaram chateados por “servir menos” em relação a outros.

E neste contexto começou uma inversão! Alguns começaram a usar a expressão “em ministro dois domingos e tenho os outro dois ‘de folga’!”.

Consequentemente estas pessoas começaram a usar esta “folga” pra ficar em casa no domingo, deixando de cultuar a Deus e usando o dia de culto pra outras coisas, seja lazer com a família, trabalhos extras, tarefas escolares, etc.

E assim, foi se perdendo aquele pensamento bíblico de prazer em servir, alegria de estar na casa de Deus, um desejo de dedicar-se a Ele mais e mais.

O que é a folga? Folga é um dia de descanso.
Nosso trabalho, por mais que muitos possamos dizer que gostamos do que fazemos, é um trabalho, então não devemos trabalhar sete dias na semana ininterruptamente. Precisamos ter pelo menos um dia de descanso, e isto é a folga.

E foi este pensamento que se infiltrou na igreja. Quando usamos a expressão “folga” associada ao ministério, passamos a ideia de que é algo pesaroso, cansativo e desgastante, como se fosse um “emprego de fim de semana”!

Aí vemos hoje em dia crentes que deveriam estar dispostos a servir voluntariamente e quanto mais melhor, se portando como se fossem funcionários do ministério e requisitando seus “direitos”!

Em muitos casos passamos apenas umas poucas horinhas servindo no domingo, final da tarde e noite, mas mesmo assim alguns acham isto demais e exigem ter pelo menos um domingo de folga!!!

Queridos, precisamos resgatar em nossos corações a essência do servir!

Precisamos entender que ninguém é obrigado a fazer parte de um ministério e se o fazemos, temos que ser pelo motivo certo, com alegria, amor e satisfação, entendendo que o que fazemos é para o Senhor e também que somos membros de um corpo e como tal, cada um tem uma função a realizar pra que este corpo funcione saudável!

Imagine o que aconteceria se o seu pulmão decidisse “hoje vou tirar uma folga”! O que aconteceria com você?

O pulmão, assim como cada órgão do corpo é vital para o seu funcionamento durante 24 horas do dia, e ele não para de funcionar simplesmente.

Nós, a igreja do Senhor, precisamos parar de ter algo que eu chamo de “mentalidade de operário” no que diz respeito às coisas de Deus.

E que consigamos restaurar a visão que a bíblia nos ensina, de que somos sim MEMBROS DE UM CORPO, sob as ordens do Cabeça, que é o nosso Senhor Jesus!

E que servir a Ele seja o propósito maior da nossa existência!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Quando bênção que Deus dá se volta contra o próprio Deus...

Creio que o título acima é adequado, mas poderia ser diferente, como por exemplo: “Quando ‘o quê’ Deus dá se torna mais importante que o próprio Deus” ou “Quando valorizamos mais ‘a bênção’ do que o Deus que abençoa”, e por aí vai. Acho que já ficou clara a ideia...

Pra refletirmos sobre isto, deixe-me sugerir algumas “parábolas”:

1 - Havia um menino que pedia a seu pai um vídeo game de última geração.
Este menino não apenas pedia, mas fazia de tudo pra agradar seu pai e assim se mostrar “merecedor” do tão desejado vídeo game.
E não apenas suas tarefas, mas procurava passar tempo com seu pai, sair juntos, rir, conversar, ou seja, havia um relacionamento profundo e crescente entre os dois.
Um dia o pai decide que chegou o momento de atender ao pedido de seu filho e o presenteia com o vídeo game!
O filho então fica extremamente grato e vai se divertir com seu presente; porém, aqueles jogos são extremamente envolventes e longos, e acabam consumindo assim horas e horas do tempo deste filho.
Este começa a “relaxar” em seus afazeres pra poder jogar mais e consequentemente não tem mais tempo pra passar com o pai. E nos poucos momentos juntos, este filho só pensa em uma coisa; “preciso passar aquela fase...”

2 - Depois dos árduos anos de esforço e estudo, um jovem rapaz está prestes a começar sua jornada na universidade.
Seus pais, com muito esforço pagam várias inscrições em vestibulares, e este rapaz é aprovado.
Vem então o investimento em material, transporte e mensalidades pra que este rapaz tenha todas as condições de sair-se bem neste curso.
Porém, este rapaz começa a ver este curso como o centro de sua vida e não tem mais tempo pra sua família. Só pensa em estudar.
Neste processo, ele esquece todo o empenho e sacrifício dos pais e passa a ve-los como meros “provedores”, como se fazer aquele curso fosse um favor a eles...

Estas foram apenas duas pequenas histórias, mas quantas outras temos visto hoje em dia?

Quantas vezes oramos e clamamos ao Pai, Ele nos abençoa, e é justamente esta “bênção” que usamos como motivo pra nos afastarmos Dele ou servirmos menos a Ele?

Já ouvimos histórias de quem orava pedindo um carro pra facilitar seu transporte e servir mais e melhor ao Senhor, depois que tem o carro, “aproveita” os fins de semana pra viajar com a família e se torna cada vez mais ausente no Serviço ao Senhor.
Outros oram pedindo que o Senhor lhes dê filhos, quando nasce já o primeiro, param de servir em ministérios e em alguns casos ficam meses sem aparecer em um culto.

Este tipo de situação me leva a refletir; “Será que Deus ‘errou’ em dar determinadas bênçãos a determinadas pessoas?”

Com certeza não! O Senhor é soberano sobre todas as coisas e têm prazer em abençoar e cuidar de Seus filhos!
O problema está em nós, que focamos tanto nas bênçãos que Deus dá e as supervalorizamos, quando a própria presença de Deus deveria ser o nosso objetivo maior!

Não estou dizendo aqui que devemos menosprezar família, filhos, estudos, trabalho e até mesmo o nossos momentos de lazer! Todas estas coisas tem sua importância em nossa vida!

Mas lembremos das palavras de Jesus em Mateus 6:33 “Buscais pois EM PRIMEIRO LUGAR o Reino de Deus e à Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”

O Rei Davi nos dá um bom exemplo do que é realmente importante!
Quando Ele pecou e foi repreendido pelo profeta Natã (2 Sm 12), na mesma hora Ele reconheceu o seu pecado e se humilhou na presença do Senhor.
Vemos isto no Salmo 51. Davi não está preocupado em continuar sendo rei! Não está nem pensando em manter suas posses ou em não perder as bênçãos!
No verso 11 ele clama; “Não me lances fora da Tua presença, e nem retires de mim o Teu Espírito”!

Que possamos refletir e pensar se realmente temos valorizado a presença do Senhor desta forma profunda e intensa, tanto que todo o resto fica em segundo plano!

Ou será que temos tido uma fé circunstancial só porque Deus “tem feito coisas por nós”?

E se perdermos alguma destas coisas?

E se eu bater meu carro e der perda total?

E se ei falhar nos estudos?

E se eu perder meu bom emprego e tiver que trabalhar em algo que eu não gosto, ganhando um salário menor?

E se eu perder um filho?

É claro que não desejamos que nada disto aconteça! De forma nenhuma!
Mas que nunca esqueçamos que NADA DISSO pode servir de BASE pro nosso relacionamento com o Pai!
São bênçãos que Ele nos deu e nunca O MOTIVO de nossa existência!

terça-feira, 29 de abril de 2014

PAI

“Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: que fossemos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isto o mundo não nos conhece, porque não O conheceu.”
1 Jo 3:1

Por volta dos anos 60 e 70 tiveram início alguns “movimentos sociais” que começaram a redefinir a vida como era conhecida até então.
É inegável que destes movimentos vieram alguns benefícios, mas eles trouxeram também consequências extremamente negativas.
Um dos principais problemas gerados foi o fato de que muitos homens foram aos poucos perdendo a noção real do seu papel de pais no desenvolvimento dos filhos. Foram se preocupando mais em ser “amigos próximos” dos filhos e desta forma acabaram abrindo mão de sua autoridade paterna.

Pra termos uma ideia do tamanho do estrago, hoje consideramos “abençoada” aquela pessoa que teve o “privilégio” de ter um bom pai, um pai presente, um pai que educou, corrigiu, disciplinou quando necessário, e por aí vai.
E esta distorção do papel dos pais torna difícil pra muitos filhos hoje em dia compreender e ver o nosso Deus como o Pai que Ele é!

Louvo a Deus porque eu tive o privilégio de ser uma destas pessoas.
E graças ao pai que o Senhor colocou na minha vida, hoje eu consigo compreender a forma que o meu Deus, como Pai que é, age no dia a dia! (estas referências dizem respeito à faixa etária em que a criança está em desenvolvimento)

- Educar é dizer “não”
Não tenho como contar quantas vezes o meu pai me disse um “não”! Mas com toda certeza foram muito mais vezes do que ele me disse “sim”.
Hoje entendo que o fato não era de o meu pai “não querer” me dar algo ou deixar fazer o que eu queria. Mas a questão é que; eu pensava no que eu queria e o que me satisfaria naquele momento, enquanto o meu pai pensava no meu bem a curto, médio e longo prazo! A visão dele era muito maior que a minha.
E todas as vezes em que ele me disse “sim”, os resultados foram positivos. Ou seja, ele sabia que aquilo seria para o meu bem.

- Corrigir
O ato de corrigir consiste em perceber o erro e apontar para o certo.
Este é também o papel do pai na vida do filho. O pai que vê o filho cometer erros e não fala nem faz nada, está plantando uma semente perigosíssima na vida desta criança.

- Disciplinar
O ato de disciplinar é o que vem quando a correção por si mesma não resolve.
Muitas vezes fiquei “de castigo” (dias sem poder brincar na rua), outras vezes algo que eu gostava me foi tirado (vídeo-game, bicicleta), e em alguns momentos extremos, quando necessário, levei sim umas “bifas” (rsrsrs), mas apenas quando foi realmente necessário.
Pais, muitos jovens e adolescentes de hoje vivem “sem rumo”, não tem firmeza de caráter, não sabem perseguir seus objetivos e o principal motivo disto foi a atitude de pais que não cobraram, não castigaram e não deram aos seus filhos uma amostra de como o mundo lá fora funciona.
Já fiquei de castigo por tirar nota baixa na escola. Aquilo me ensinou que eu precisava me esforçar mais, e consequentemente, a próxima nota sempre melhorava.
Já fui castigado por não fazer minhas “tarefas” em casa. Sim; eu tinha tarefas e responsabilidades em casa desde pequeno.

- Amar
Todas estas situações que ilustrei acima, hoje eu percebo que foram claras demonstrações de amor do meu pai por mim!
Mas não apenas isto; lembro-me de muitas risadas, brincadeiras, meu pai pegando o violão e levando pra cozinha, onde minha mãe preparava a refeição e ali nós, como família cantávamos, quase sempre louvores ao Senhor, algumas vezes algumas músicas só de zoeira mesmo. Mas era na prática aquilo que hoje conhecemos como “tempo de qualidade” em família.
Muito melhor do que qualquer vídeo-game de última geração. E olha que na época eu tinha um Atari com mais ou menos uns 50 jogos, mas até nisto meu pai foi zeloso; eu tinha horário definido pra poder jogar durante o dia. À noite era o nosso tempo em família.

Deus Pai
Infelizmente os crentes de hoje não tem sido ensinados a ver nosso Deus como o Pai que ele realmente é.
Isto gera em muitos o que eu chamo de “fé circunstancial”; ou seja: “o Senhor tem sido bom, me abençoado e feito milagres em minha vida, e por isto eu continuarei a serví-lo!”
Mas me surge a pergunta; “e quando Deus te disser um ‘NÃO’?”

Temos sido tão mimados em nossa forma de crer, que queremos sim enxergar o Senhor como um PAI DE AMOR, e isto em si é ótimo, pois Ele realmente o é! Porém, queremos enfatizar tanto o “de amor” que acabamos ignorando a parte do “PAI”!
E como Pai que Ele é, o Senhor nos educa, algumas vezes dizendo “não”, nos corrige, nos disciplina, mas acima de tudo Ele NOS AMA!

Aceitar o “não” de Deus
Este é um assunto complexo, pois muitos têm ensinado que “se orarmos com fé” o Senhor atenderá a tudo que pedirmos!
Não é isto que a Palavra ensina! A bíblia diz que muitas vezes pedimos e não recebemos porque “pedimos mal” (Tg 4:1,2)

NÃO EXISTE uma forma de sempre ouvirmos “sim” de Deus!
O rei Davi ouviu “não” de Deus, o apóstolo Paulo também, o próprio Jesus no Getsêmani teve que aceitar o “silêncio do Pai” deixando assim claro que o Pai não iria “passar Dele aquele cálice”!
Precisamos corrigir este nosso pensamento que interfere na nossa comunicação com o Pai.
Estamos acostumados a falar, falar, pedir, pedir, clamar, clamar, mas não temos desenvolvido o hábito de OUVIR a resposta do Senhor!
E pior ainda; muitas vezes a resposta Dele é clara, mas como não é a que queremos ouvir, ficamos tentando ignorar e achando que “o Senhor silenciou-se”!

Queridos, nosso Deus é pai! Que possamos aprender a ser e nos portar como filhos; obedecendo a Ele, aceitando sua autoridade sobre nossas vidas e buscando entender e nos submeter à sua correção e disciplina quando estas acontecerem.

Mas acima de tudo, nunca esqueçamos do quanto Ele nos ama!